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FLIR Black Hornet, o menor DRONE MILITAR do MUNDO

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O Black Hornet pesa 33 gramas, tem alcance de 2 Km, GPS, RTH, waypoints, é vendido em mais de 30 países mas você nunca vai ter um. Quer entender porque? Então continua lendo.

Prox Dynamics

Hoje nós vamos falar sobre um drone diferente, nada de DJI, Parrot, Hubsan, não, hoje nós vamos falar de FLIR Systems, conhece a FLIR, aquela das câmeras térmicas? Pois é, essa mesma. Mas antes de falar da FLIR nós vamos falar de uma outra empresa chamada Prox Dynamics.

A Prox Dynamics é uma empresa que foi fundada em 1 de dezembro de 2007 na Noruega e que tinha a missão de desenvolver, produzir e vender os menores e mais avançados drones do mundo. E foi essa empresa que em Abril de 2008 iniciou o desenvolvimento do projeto PD100 Black Hornet, que teve sua produção em massa iniciada no início de 2012 e que rapidamente ganhou as manchetes ficando conhecido como o menor drone militar em uso na atualidade.

Mas além de fazer inveja pra qualquer drone portátil que o dinheiro de um pobre mortal como nós poderia comprar, qual a utilidade do Black Hornet?

Bom, ele foi desenvolvido para ser um sistema de reconhecimento aéreo pessoal, o primeiro na verdade, e tem por objetivo fornecer informação de inteligência, vigilância e reconhecimento para equipes militares em operações de missão crítica, ou seja, é possível obter consciência situacional do campo de batalha sem ser obrigada a avançar com a tropa colocando a vida de soldados em risco.

E as tropas britânicas foram as primeiras a utilizar a nova tecnologia, utilizando o Black Hornet na Guerra do Afeganistão desde 2013. E o sucesso do bagulho foi tão grande que de lá pra cá mais de 6 mil unidades já foram vendidas para mais de 30 países incluindo Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha, Austrália, Holanda, Índia, e é claro, Noruega, pq se nem o país que fabrica comprasse ia pegar meio mal.

Black Hornet PD 100

Bom, como a gente já falou o projeto do Black Hornet foi iniciado lá nos idos de 2008 e depois de muita noite sem dormir a base de café e red bull e fazendo um monte de conta eles decidiram que a melhor configuração pro novo equipamento era a de um helicóptero convencional, composta por um rotor principal e outro de cauda.

E se parar pra pensar o negócio faz sentido mesmo pois como o objetivo do equipamento é bisbilhotar sem ser visto, quanto menos motores para gerar barulho, melhor, né?

Já o sistema de controle eles decidiram que seria feito tanto por controle remoto quanto por meio de vôo autônomo e waypoints.
E foi aí que eles viram que o negócio não era igual peidar dormindo porque pra fazer isso aí funcionar eles tinham que miniaturizar um monte de coisa como por exemplo antena de GPS, acelerômetro, barômetro, e mais um monte de coisa.

Mas aí vocês vão dizer: até aí nada demais também, porque a gente aqui também consegue fazer um micro helicóptero com essas características comprando peças no aliexpress e na Banggood.

Demora mas chega.

Mas então o que que esse negocinho tem de tão impressionante?

Bom, de acordo com o site original da Prox Dynamics que eu fui garimpar lá no web archive, o primeiro Black Hornet pesava míseros 16 gramas.

E isso com a bateria…

E voava por 25 minutos….

Ou isso é tecnologia alien ou iluminati, não tem outra explicação.

E estamos falando de um produto de categoria militar, não é como se fosse um Spark que era pra voar 16 minutos e voa 11.

Porque senão imagina a situação do nosso soldado com tiro zunindo pra todo lado, e o Black Hornet sendo a única esperança dele. Aí ele decola mas o tempo de vôo real era menor que o anunciado, o helicopterozinho cai lá no cafundó e o pobre do soldado acaba morrendo porque a fabricante quis fazer um marketing jóia lá pra vender um montão de unidades. Não dá né, no meio militar o buraco é mais em baixo.

Então 16 gramas e 25 minutos, e a gente tá falando dum drone de 2012. Mas além disso ele era capaz de voar a até 18Km/h por uma distância de até 1Km e com funções de vôo não só automatizadas mas também autônomas por meio de reconhecimento de padrões por processamento de imagem.

E isso tudo, claro sem esquecer a câmera com função de pan e tilt e o link de vídeo, também capaz de transmitir imagens e fotos por até 1Km.

Mas é claro que sempre vai ter quem diga:

“Meu Spark dá 3Km, que que adianta 1Km?” Pensa num ambiente de guerra urbana. Uma tropa tentando avançar mas que antes precisa saber qq tá rolando de pancadaria ali no quarteirão da frente. Acho que nenhuma tecnologia desse mundo (e dos outros também pelo visto porque né) seja mais importante neste tipo de situação do que um micro drone praticamente invisível capaz de transmitir imagens e fotos em tempo real.

E pensa também, que os caras não tão sentados numa espriguiçadeira com um fatshark na cara e uma cerveja do lado. Não. Os caras tão na linha de frente, então outro aspecto interessante do Black Hornet era justamente a facilidade de operação.

Era tremedeira e calafio direto, e mesmo assim tinha que mandar ver no fpv.

Pra vocês terem uma ideia , ele podia ser pilotado com uma única mão e o soldado não precisava de mais do que um treinamento de poucos minutos para decolar com ele. Alias é interessante citar também que o kit era composto por um case com 2 Black Hornets capazes de decolar em menos de 2 minutos sempre que necessário, e que esse case era também o carregador e contava com controle de pilotagem e uma tela LCD para o vôo em primeira pessoa.

Ainda sobre o carregador, um aspecto interessante é que ele era capaz de recarregar a bateria do drone em cerca de 30 minutos, e como esse é um tempo bem próximo dos 25 minutos de autonomia dele então era possível manter um ciclo de patrulhamento praticamente ininterrupto, isso claro, enquanto a bateria do carregador suportasse.

Essa informação não é muito divulgada, mas em contato com os representantes aqui no Brasil eu descobri que atualmente, essa bateria pode manter todo o sistema carregado e em funcionamento por até 2,5 horas, dependendo das condições climáticas e do ajuste de brilho do monitor.

Mas agora deixa eu perguntar uma coisa pra vocês. Vocês olham pro black hornet e qual brinquedinho ele lembra? Um PiccoZ né? E principalmente quem entende um pouco mais sobre helicópteros deve estar se perguntando sobre a manobrabilidade dele já que o rotor principal dele parece ser fixo, tipo, um helicóptero de guerra de 2 canais…

Claro que não né pessoal, na verdade o conjunto de motor e rotores dele funciona exatamente como em um helicóptero tripulado, como cíclico, coletivo, passo variável e toda aquela parafernália que faz com que ele se movimente em todas as direções… inclusive para trás! E isso faz dele uma aeronave extremamente manobrável inclusive em condições de vento desfavoráveis. Coisa que um PiccoZ com certeza não faz.

Se bem que ele também custa um pouquinho mais que um PicooZ né, algumas dezenas de milhares de dolares provavelmente, mas isso é o que eu acho, pois esta informação é confidencial e as informações disponíveis na internet são bastante divergentes indo das dezenas de milhares até as centenas de milhares.

A FLIR

Mas voltando aqui pro assunto, eu não sei se vocês perceberam, mas até agora eu tava falando sempre no passado. Ele tinha, ele fazia, mas por que isso?
Bueno, ocorre que em 2016 a Prox Dynamics foi adquirida pela FLIR (lembra que eu falei dela lá no início do vídeo?) por cerca de 134 milhões de dolares, e é por este motivo que atualmente se vocês quiserem encontrar informações atualizadas sobre o Black Hornet é melhor pesquisar por FLIR Black Hornet, e fazendo isso vocês provavelmente vão descobrir que atualmente ele já tá na terceira geração e que agora no mês passado, mais precisamente dia 8 de outubro, a FLIR anunciou o lançamento do do FLIR Black Hornet VRS, que nada mais é que uma versão do sistema para veículos, ao contrário do original que era para uso pessoal.

E como se ele já não fosse incrível desde seu lançamento em 2008, mesmo para os padroes de hoje, nessa nova versão ele conseguiu adquirir mais alguns super poderes. Olha só.

Embora o tempo de vôo tenha se mantido na casa dos 25 minutos, o alcance máximo dobrou, passando de 1Km para 2Km. E se antes ele contava com uma única câmera agora ele passou a contar nada menos do que 3, podendo ser equipado ainda com uma câmera de infravermelho.

O tamanho dele se manteve na casa dos 168mm, e segundo a FLIR ele só pode ser visto a olho nú se estiver a menos de 20m de um observador, senão passa batido.

Já o som emitido é de menos de 25 decibels. Para vocês terem uma ideia, um SPARK, que é o menor drone da DJI emite, cerca de 74dB. É uma diferença enorme.

Mas e aí vocês vão dizer: Bom Rafael, 16cm de comprimento, 33 gramas, uma brisa leva né?

Mano, tá esquecendo que é tecnologia alienígena? A nova versão do black hornet consegue cortar rajadas de até 37Km/h.

Porra meu, tá mais do que bem, ninguém vai usar ele pra fazer reconhecimento durante uma tempestade, muito embora ele suporte até 2,5mm/h de chuva.

Mas se por algum motivo o vento levar ou um pingo de chuva muito grande cair em cima dele e ele se perder, não tem problema já que ele também conta com criptografia de padrão militar e todas as informações de voo e imagens e vídeos captados continuarão em segurança, porque nada fica gravado no helicóptero, e sim sim na estação-base que tá lá com o nosso bravo soldado.

Além do mais agora ele é capaz de voar em locais sem sinal de GPS, como ambientes confinados, daonde eu entendo que as outras versões não permitiam isso. Será? Mesmo em linha de visada? Bom, mas que bom que agora dá né?

A nova versão também voa mais rápido. Agora são 22km/h contra os 18Km/h da versão anterior. Parece pouco mas se multiplicar a autonomia por esses 4Km/h extras isso se traduz em um ganho de até 1,6Km a mais percorridos durante cada missão.

E com tantas inovações tecnológicas presentes nessa nova versão, era de se esperar que ele ficasse também mais pesado né?

Pois é, quem falou isso acertou, apesar de ter mantido as dimensões ele ficou mais denso e o peso passou de 16 para 33g, uma mudança que num primeiro momento pode parecer um retrocesso mas que não influenciou na autonomia e deve inclusive ter facilitado a vida dele em situações de vento.

E para vocês terem uma ideia do que eu quero dizer quando falo que ele ficou mais denso, cada aeronavezinha dessas é composta por mais de 1200 peças espremidas num micro helicóptero de 16 centímetros de 33g.

O transmissor dele, por exemplo, mede apenas 1 mm e pesa apenas 2 gramas. E só a título de curiosidade, ele é montado manualmente com a ajuda de um microscópio.

Vocês tem noção do que é isso?

Além disso a qualidade das imagens geradas ficou melhor e agora ele é capaz de gerar vídeos em qualidade VGA e bater fotos com 1600×1200 pixels de resolução. Cerca de 2MP.

Foto tirada pelo Black Hornet

Ele também se tornou modular. As primeiras versões do Black Hornet traziam sensores e bateria embutidos, não dava pra tirar ou substituir, porém como a nova versão é modular, ao final de uma missão não é necessário pegar outro Black Hornet com a bateria carregada para decolar novamente, basta trocar a bateria.

Bem mais inteligente.

Outra vantagem da modularidade é que os sensores também são intercambiáveis de modo que diferentes sensores podem ser acoplados dependendo das características da missão.

E por último, eles ainda deram um jeito de melhorar ainda mais a experiência do usuário. Agora além do software mais moderno e fácil de usar, passou a ser possível definir padrões de vôo e atribuir tarefas específicas pro Black Hornet executar em cada waypoint. Por exemplo, é possível configurar ele para chegar em um determinado waypoint, ajustar altitude e tirar uma foto de 360 graus por exemplo, antes de prosseguir para o próximo waypoint.

É uma coisa que os donos de drones da DJI que usam Litchi até fazem, mas convenhamos, não com tanto estilo.

Se bem que isso também não importa muito pois como falei lá no início do vídeo, provavelmente nenhum de nós vai ter um algum dia já que as vendas são reguladas pelo governo da Noruega, onde ele é fabricado, e ele só pode ser vendido para orgãos de segurança pública. Uma pena…

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