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Flysky Nirvana FS-NV14: melhor esperar até ficar pronto

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Quando a Underground FPV anunciou o projeto Dark Knight de um novo rádio controle em formato joypad logo conseguiu a atenção desejada e durante vários meses as pessoas trocaram informações e rumores nos fóruns especializados, ainda sem saber muito bem o que esperar. Isso é natural pois infelizmente tem sido bastante comum neste segmento o lançamento de produtos promissores que depois se revelam muito aquém das expectativas geradas e a partir daí o único sentimento que conseguem despertar é a frustração.

Para conhecer melhor o Flysky Nirvana é só clicar aqui e visitar a página dele na Banggood.

Design exótico

Mas eis que passados alguns meses fomos impactados pelo Flysky Nirvana, nome com o qual o projeto Dark Knight foi batizado e a primeira coisa que salta aos olhos é o formato exótico, muito mais chamativo que o de outros controles em formato joypad como o Turnity Evolution, pioneiro neste quesito, e o FrSky X-Lite, ambos com visual moderno mas ainda assim mais conservador.

E este é o primeiro ponto a ser observado, pois se por um lado o visual tem que ser coerente com o que o rádio oferece, se for muito extravagante pode acabar soando pretensioso, o que pode levar as pessoas a darem um peso maior a pequenas falhas, e este é um dos pecados deste rádio.

No entanto se você for capaz de separar as duas coisas vai perceber que as falhas de usabilidade são perdoáveis, até porque existem problemas maiores neste momento para nos preocuparmos, como veremos mais adiante.

Acabamento e ergonomia

Um aspecto que realmente chama a atenção no Flysky Nirvana é a qualidade do acabamento. Ele é feito todo em plástico de boa qualidade com detalhes em metal anodizado, sem problemas de encaixe, rebarbas ou coisa parecida. As laterais são emborrachadas e isso ajuda para outro aspecto invejável deste rádio que é a ergonomia. Ele se encaixa perfeitamente às mãos e quase todos os comandos são de fácil acesso.

As excessões são os potenciômetros que ficam “escondidos” por alguns switches e infelizmente não podem ser acessados sem que se solte o rádio com uma das mãos, e os switches traseiros – tem 2 de cada lado – que são muito próximos e podem acabar resultando em acionamentos indesejados. 

Potenciômetros

Por outro lado, os demais controles ficam todos ao alcance das mãos, desde os gimbals com sensor hall, passando pelos switches frontais, até os inovadores trims, compostos por 2 comandos multi-direcionais em formato de stick, que também podem ser acessados facilmente sem ter que movimentar muito as mãos.

Trims

Outro detalhe que chama a atenção é a forma de ligar o rádio. Para ligá-lo é necessário segurar por cerca de 3 segundos 2 botões localizados na parte frontal. Este procedimento garante que ele não seja ligado inadvertidamente durante o transporte ou quaisquer outras situações indesejadas. Aliás, com relação ao transporte, cabe citar que o FS-NV14 Nirvana bem acompanhado de uma tampa, que protege a tela e todos os controles frontais do rádio e permitem que ele seja transportado sem um case apropriado. 

Botões Liga/Desliga

 

Já o compartimento da bateria, que na verdade são dois, ficam nas partes inferiores dos “cabos” e para acessá-los é preciso desatarraxar as pontas. O rádio funciona com 2 baterias 18650 em paralelo, ou seja, ele pode funcionar com apenas uma, mas é claro que a fabricante recomenda que ele sempre seja operado com ambas as baterias instaladas. Estas baterias não acompanham o rádio e devem ser compradas separadamente. 

Baterias

O Flysky Nirvana possui 2 antenas, uma delas é retrátil e fica escondida na parte de trás do rádio para transporte, a outra é interna e ainda não está claro se estas duas antenas trabalham em conjunto ou se têm propósitos diferentes.

Antena

E por último vale a pena destacar dois últimos detalhes que são a localização do leitor de cartão SD, dos conectores, e do compartimento da bateria. O leitor de cartão SD fica escondido em baixo do suporte para o neckstrap, que pode ser removido retirando-se dois parafusos. Aliás é dentro do buraco do parafuso superior que fica o botão do bootloader, que precisa ser acionado para atualização de firmware. Já os conectores USB e P2, ficam na parte superior do rádio e cobertos com uma tampinha emborrachada.

Acesso ao cartão SD

A “treta” do OpenTX

Uma das boas novidades do FS-NV14 Nirvana é que por dentro deste corpinho multi-colorido roda um dos melhores firmwares disponíveis no mercado, o OpenTX, que é um software de código aberto e é a partir daí que a história ganha um novo viés.

O Flysky Nirvana é um produto desenvolvido a muitas mãos. A FlySky desenvolveu o hardware, a Underground FPV definiu o design e  algumas funções e a comunidade OpenTX se encarregou de adaptar o software e fazer toda essa traquitana funcionar. Até aí tudo bem, o problema começa no momento em que a Underground FPV resolveu liberar uma versão “proprietária” do firmware, baseado em OpenTX, apenas para quem comprar o rádio diretamente dela ou de um de seus parceiros. Os demais, que comprassem em lojas como a Banggood, teriam que se contentar com a versão “básica” sem as funções e recursos exclusivos desenvolvidos pela Underground FPV.

A justificativa para esta atitude, segundo a Underground FPV é de que lojas como a Banggood não investiram no aprimoramento do software, assim como eles, e então eles não acham justo que os clientes destas lojas usufruam dos mesmos benefícios daqueles que optarem por comprar com eles e que desta forma estão retribuindo e apoiando o esforço que eles tiveram.

Num primeiro momento o argumento faz sentido, afinal a Underground FPV destinou recursos para melhorar a experiência de seus clientes, e obviamente não está disposta a ceder isso para outras lojas que não tiveram o mesmo empenho. O problema, no entanto, está no fato de que para criar um benefício para seus clientes eles utilizaram como base um software de código aberto que não era propriedade deles. Para oferecer um firmware melhor para seus clientes sem disponibilizá-lo de volta para a comunidade eles teriam que ter desenvolvido seu próprio firmware do zero. Mas não foi o que aconteceu, eles usaram como base o OpenTX e tomaram o cuidado de criar mecanismos que impedissem clientes de lojas não parceiras de instalá-lo em seus respectivos rádios.

Acesso só com serial válido

Para instalar a versão padrão do OpenTX no Flysky Nirvana é só ir até o site da FlySky e fazer o download do firmware. Sem entraves. Já para instalar a versão Underground FPV do OpenTX é preciso informar o número serial do rádio para fazer o download.

Um olhar mais atento no código fonte da página é suficiente para localizar o endereço de download do instalador, que está disponibilizado no google drive, mas tamanho desleixo é justificado pelo fato de que o instalador também realiza sua própria verificação e impede a instalação do firmware em rádios que não tenham um número serial da Underground FPV.

Firmware inacabado

Além desta “treta” a respeito da criação de uma versão fechada de um software de código aberto também rolaram alguns outros problemas que merecem ser citados aqui, e o primeiro deles é que a versão padrão do OpenTX com suporte ao Flysky Nirvana não está pronta, está em fase beta e ainda tem vários recursos indisponíveis. Na unidade que recebi, por exemplo, o botão “about” que daria acesso à informação de qual versão de firmware veio instalada nele, simplesmente não funciona. 

Outros compradores ao redor do mundo relataram problemas semelhantes em fóruns. Alguns não conseguem alterar a data do rádio, outros falam que as configurações aplicadas aos modelos não funcionam, enfim, se o software não está pronto realmente fica difícil emitir alguma opinião.

Problemas de hardware e vendas não autorizadas

Outro problema relatado por algumas lojas, e pela própria Flysky é que um distribuidor deles começou a fazer entregas sem a sua autorização e com isso algumas lojas começaram inadvertidamente a vender unidades do rádio antes da hora. Seria apenas um “causo” para ser contado entre amigos se não fosse o fato de que alguns problemas de hardware foram identificados posteriormente e  isso acabou resultando em alterações físicas que só estarão disponíveis nas versões comercializadas a partir daquele momento.

Isso equivale a dizer que todos aqueles clientes que haviam feito pré orders e para os quais as lojas enviaram este primeiro lote acabaram fatalmente com unidades defeituosas em mãos. Resta saber se os responsáveis irão substituir ou ressarcir os clientes prejudicados ou se tudo vai acabar do mesmo que jeito que começou, ou seja, em confusão.

Vale a pena comprar o Flysky Nirvana?

Esta é uma pergunta que tem duas respostas:

Futuramente, talvez sim. O “talvez” é pelo fato de ele não estar acabado e o “sim” pelo potencial dele. O Flysky Nirvana tem hardware decente, roda OpenTX, tem uma boa interface de usuário, gimbals confortáveis e um visual arrojado.  Por outro lado, custa mais caro que um Taranis Q X7, que é um hoje dos rádios mais vendidos, então ele vai ter que mostrar trabalho se quiser seu lugarzinho ao sol.

Hoje, não. Não tem como investir em algo que não está pronto, é provável que o Flysky Nirvana será um excelente rádio um dia, mas até que todos os problemas sejam resolvidos e as dúvidas sanadas, meu conselho é que fique com seu rádio atual por mais um tempo antes de tomar uma decisão. 

De qualquer forma, você pode acessar a página da Banggood para conhecer melhor o produto se desejar.

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