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Review Autel Evo Lite Plus: vale pagar mais caro que um DJI?

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O pessoal do Mundo Conectado emprestou seu Autel Evo Lite Plus para o Dronemodelismo por algumas semanas para a realização deste review. O vídeo está disponível no canal do Youtube e neste artigo serão reproduzidos alguns dos principais pontos.

Posicionamento e preço

Para entender um pouo melhor este review é importante falar um pouquinho antes sobre o nicho que o Evo Lite Plus ocupa e qual o preço dele.

A autel oferece hoje 6 modelos de drones em 3 categorias diferentes. Na base fica o Evo Nano e o Nano Plus, depois vem o Evo Lite e o Lite Plus, e no topo ficam o Evo 2 e o Evo 2… Plus? Não, o Evo 2 Pro, porque mania de complicar nos nomes não é exclusividade da DJI.

Mas focando na linha Evo Lite, qual a diferença entre as duas versões? Basicamente a câmera, que no caso do Lite é bem parecida com a do Nano Plus, e no caso do Lite Plus é bem mais poderosa conforme vamos ver mais adiante. Por hora dá pra dizer que o Nano, o Nano Plus, o Lite e o Lite Plus concorrem respectivamente com DJI Mini 2, Mini 3 Pro e Air 2 e Air 2S.

Já com relação aos preços, o Evo Lite pode ser encontrado por cerca de 1200 dolares, enquanto o Lite Plus se situa na faixa dos 1549 dolares. E isso é importante pois se trata de um drone que custa a partir de 1549 dolares enquanto o Air 2S, seu principal concorrente, custa a partir de 999 dolares.

Isso na versão básica. Já na versão Bundle, que vem com 2 baterias extras, carregador, filtros ND, bolsa, entre outros mimos, o preço salta para 1849 dolares, enquanto um DJI Air 2S com o Flymore Kit sai por 1299 dolares.

Construção e acabamento

Neste ponto não existe dúvida e com certeza o Autel Evo Lite Plus é um dos drones com melhor acabamento que já passaram por aqui, e que mais se aproxima da DJI.

Fanboyzice minha? Talvez, mas mesmo que a participação de mercado global da DJI tenha caído de mais de 75% pra cerca de 54% em 2020, no segmento consumer ela ainda detem mais de 90%, então é claro que comparações vão existir. Mas voltando ao tema.

O plástico do drone é de excelente qualidade, muito semelhante aos DJI, com a diferença que os braços são feitos em fibra de carbono, o que dá um ar bastante exclusivo pra ele nesse aspecto. Por outro lado, apesar da qualidade do material, me pareeu que a Autel pecou um pouco na esolha da textura, um pouco lisa demais, o que ajuda a evidenciar marcas de uso corriqueiras, como no dorso do drone onde as hélices raspam sempre que os braços do drone são recolhidos.

O mesmo ocorre com o hub de carga das baterias que acompanha a versão bundle, que apesar desse detalhe funciona tão bem quanto poderia se esperar que funcionasse.

Isso obviamente é um mero detalhe estético, não muda nada na hora do voo mas pode influeniar bastante na hora da venda.

Os motores também têm excelente acabamento, e as hélices são do tipo quick release, sem folgas.

Na parte dianteira além da câmera ficam os sensores anti colisão dianteiros, na parte traseira além dos sensores anti colisão traseiros fica também o botão liga desliga rodeado por um anel de leds que informa o nível de carga da bateria, na lateral esquerda fica o slot pro cartão SD – e cuidado pra ele não saltar na hora que for tirar, principalmente se estiver em campo, já que a pressão da mola é bem forte, e por último, na lateral esqeurda fica a conexão USB tipo C.

Já com relação ao tamanho, apesar de concorrer com a linha Air da DJI, ele é um drone maior, se aproximando mais de um FIMI X8 SE ou até de um Mavic 3.

Enquanto o Evo Lite pesa 880g e mede 368mm diagonais, o Air 2S pesa 600g e mede apenas 302mm diagonais.

Se isso chega a ser uma vantagem ou desvantagem? Bom, o tamanho maior pode ser uma desvantagem no sentido de que quanto maior mais vai chamar atenção. Mas na prática o peso maior somado às hélices que também são bem maiores, beneficiam o desempenho em voo, sobretudo em dias com ventos mais fortes.

Câmera

Se tem uma coisa que é boa no Evo Lite Plus é a câmera, e é justamente o que se espera de um drone dessa categoria.

Como a gente já falou existem diferenças entre o Evo Lite e o Lite Plus, e a primeira delas é o tamanho do sensor da câmera que no Lite é de 1/1.28, logo pouco maior que o do DJI Mini 3, enquanto no Lite plus é utilizado um sensor de 1 polegada.

Existem também algumas outras diferenças menos evidentes como a amplitude de ISO e o sistema de foco, mas o que chama atenção é a resolução das fotos: 50MP na versão básica contra “apenas ” 20MP na versão Plus.

Num primeiro momento pode até parecer que as especificações estão invertidas, mas não é o caso e a explicação é a mesma do sensor de 48MP do Mavic Air 2 vs 20MP do Air 2S. Como o Lite Plus além de ter um sensor maior, não precisa espremer tantos pixels nele, cada pixel da sua câmera tem 2.4u contra 1.22u do Lite, de modo que consegue captar muito mais luz em qualquer condição. E como fotografia literalmente significa escrita com a luz, acho que vocês conseguem deduzir qual apresenta o melhor resultado na hora de mostrar trabalho.

E aí pra fechar essa parte, outra grande diferença está justamente nos vídeos, que no caso do Evo Lite vão até 4K a 60 frames enquanto que no Lite Plus é possível gravar em resolução de até 6K a 30fps.

E se até pouco tempo atrás 4K não chegava a ser algo importante para a maioria das pessoas, atualmente já começa a ser um recurso desejável. Isso porque as redes sociais sempre fazem um processo de conformização dos vídeos enviados, o que faz com que eles percam um pouco de qualidade. Então um vídeo enviado em 4K sempre será exibido com uma qualidade melhor, mesmo que seja assistido em 1080p. E se eu puder gravar em 6K, isso pode ser a diferença entre conseguir ajustar o enquadramento ou a linha do horizonte ou não.

Se eu pagaria 60% a mais em um drone por causa disso? No meu caso não, primeiro porque eu não preciso disso, e segundo porque o Air 2S já grava em 5.4K. Além do mais cabe mencionar que o Air 2S oferece duas outras vantagens: bitrate máximo de 150Mbps (contra 120Mbps do Evo Lite Plus) e a possibilidade de gravar vídeos em 10 bits de cores (contra 8 bits do Evo Lite Plus).

E por último, um fato curioso da linha Autel Evo Lite é que um recurso bastante valorizado atualmente que é a possibilidade de tirar fotos e fazer vídeos na vertical – bastante popularizado pelo DJI Mini 3 – apesar de não estar presente no EVO Lite Plus, está disponível no EVO Lite básico. Provavelmente existe alguma boa explicação para isso mas deve ser meio chato ter que abrir mão de um recurso desses na hora de optar pela versão mais cara.

Mas apesar desses detalhes, a qualidade da imagem na prática é fenomenal, tanto em foto quanto em vídeo, como vocês podem conferir no vídeo.

Autel Evo Lite Plus em voo

Eu confesso que não me aprofundei muito nos modos de voo automatizados e coisas desse tipo, pois é uma coisa que eu não costumo fazer em review nenhum, então nesse ponto minha opinião é mais voltada pra pilotagem em sí.

Nesse ponto eu confesso que fiquei um pouco decepcionado e talvez esse tenha sido o aspecto que mais me incomodou. Primeiro que em alguns momentos eu experimentei um certo delay na transmissão de imagem, suficiente pra estragar a tomada que eu tava fazendo, algo que eu nunca havia experimentado em drones desta categoria.

E segundo que o controle de yaw dele é muito pouco preciso.

E pra vocês entenderem o que eu quero dizer, se imaginem tenando fazer um movimento de giro extremamente lento mas contínuo. Eu basicamente não consegui fazer isso pois mesmo segurando o stick com uma caneta (para ter certeza de que não era meu dedo tremendo) eu percebia que a velocidade oscilava, ou até mesmo parava e retomava o movimento. E mesmo em movimentos mais rápidos eu realmente tive dificuldade em manter o movimento constante. Pode ser questão de prática? Até pode. Mas de todas as marcas premium que já testei aqui, nesse quesito  ele teve o pior resultado na minha opinião.

Assim como qualquer outro drone premium atual, debaixo do Evo Lite Plus tem uma série de sensores, como as 2 câmeras para posicionamento e desvio de obstáculos, um led para pousos e decolagens – e aliás pra não perder o costume, chupa Mini 3 – mas para medição de altura, ao invés dos sensores ToF mais atuais ele ainda utiliza sensores de ultrasom, que a DJI deixou de usar lá nos tempos do Mavic Pro e do Phantom.

Já a velocidade máxima dele é de 65Kmh, praticamente o mesmo que os 68kmh do air 2S, muito embora a velocidade de subida e descida seja razoavelmente menor, o que pode incomodar alguns.

Fora isso, ele vem com sensores anti colisão pra frente, pra trás e pra baixo, e armazenamento interno de 6 Gb, pontos que o Air 2S leva vantagem já que ele também possui sensores superiores, e vem com armazenamento interno de 8Gb. Mas isso só pra pontuar porque na prática se for gravar em resolução máxima, o espaço interno de qualquer um deles acaba bem rapidinho.

Rádio Controle

Com relação ao rádio, eu gostei bastante da empunhadura já que ele é bem ergonômico, fica bem firme nas mãos e é fácil alcançar os principais botões.

A qualidade do material também é muito boa com um acabamento emborrachado muito gostoso, e um suporte de bom tamanho na parte superior para prender o celular.

Na parte da frente além dos 2 sticks de comando ele conta com os botões pause, power e home, além de leds que indicam o nível de bateria.

Já na parte de cima ficam o botão pra foto e filmagem, uma porta USB tipo C, a rodinha pra ajuste do ângulo do gimbal e um botão de função configurável. E por último, na parte de baixo, como se não bastasse uma, tem outra porta USB tipo C, e um encaixe pro cabo.

Apesar disso pro tamanho da minha mão ele realmente ficou um pouco menor que o ideal, e depois de algum tempo de pilotagem minha tendinite dos tempos de programador começou a reclamar.

E para finalizar, pra um drone dessa faixa de preço – e isso é uma opinião bastante pessoal minha – o formato dele tem pouca personalidade e lembra muito o de drones mais baratos, sem contar que o suporte para o celular parece uma adaptação, como se a Autel tivesse pego um rádio sem este recurso e anexado uma nova peça a ele.

Novamente, são observações que certamente não farão sentido a todos que estiverem lendo este artigo, mas no mínimo farão elas pensarem a respeito e tirarem suas próprias conclusões.

Conclusão

Não há dúvida de que o Autel Evo Lite Plus é um dos melhores drones de foto e filmagem disponíveis no mercado atualmente. O acabamento é bom, a qualidade de filmagem é ótima, e voa bem na maior parte do tempo. Mas os poréns, somados à grande diferença de preço para seu principal concorrente me fazem pensar se o valor extra pago por ele realmente fazem sentido.

Além disso é sempre importante citar que a Autel Robotics não tem representação aoficial aqui no Brasil, e a marca também não é tão amplamente conhecida. Desta forma é importante citar que o pós venda, bem como a facilidade em encontrar peças para reposição  não são um dos seus pontos fortes.

No final das contas, apesar de haver um público que vai encontrar nele a ferramenta ideal para suas necessidades, para a grande maioria o conjunto oferecido por marcas como DJI (para quem busca qualidade) ou FIMI (para quem busca economia) podem fazer mais sentido.

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